Contradições, branqueamento e submissão.
A agenda dos OCS (Órgãos de Comunicação Social) portugueses sobre desporto revela aspectos verdadeiramente inacreditáveis que ultrapassam todos os limites da manipulação e da falta de ética.No jogo Benfica – Nacional levantou-se um turbilhão porque, alegadamente, teria havido falta de Luisão no lance que antecede o golo do Benfica marcado por Nuno Gomes. A falta a existir (pois não é claro se pelo contrário é o GR madeirense salta contra o Luisão!) seria um dos muitos lances polémicos desse jogo ou, quanto muito, um dos vários erros do árbitro do Porto, Jorge Sousa. Saliente-se, que quase todos os outros lances polémicos ou erros convenientemente branqueados foram decididos em prejuízo do Benfica. Há polémica sobre três penalties: i) um empurrão de Chainho na área do Nacional ainda na primeira parte; ii) uma mão de André Pinto na área do Nacional na 2ª parte no lance que viria a dar o golo; e iii) uma flata claríssima de Ávalos sobre Luisão na área do nacional, que é o erro mais evidente e clamoroso do árbitro portuense durante todo o jogo. A juntar a isto há a expulsão injusta de Alcides, que pelo mesmo critério deveria ter dado a expulsão a dois jogadores madeirenses e o patético cartão amarelo mostrado a Nuno Gomes, no final, quando é o Benfiquista que primeiro sofre falta.
Tudo isto mais do que chegaria para que este jogo figurasse como um exemplo de jogos onde o Benfica é claramente prejudicado. Mas os OCS lançam a visão exactamente contrária. Nos resumos sonegam os lances das penalidades. Ampliam e repetem ad nauseum o lance que antecede o golo, escondendo sempre o ângulo onde se vê o Luisão a saltar de baixo para cima e o GR do Nacional a fazer uma diagonal e a ir aterrar no pescoço do brasileiro, não vá isso levantar dúvidas a alguém.
Com este cenário montado aparece Pinto da Costa em prime time e em pleno blackout, a ter todo o espaço mediático que quer, mesmo em blackout, fazendo uso da sua parola “fina ironia” para reclamar que o árbitro da sua terra veio beneficiar o Benfica à Luz.
Nos jornalistas presentes ninguém o confronta com as incongruências da sua intervenção. Que são gritantes: i) desde logo, o facto de ter quebrado o blackout sem qualquer racional, ou seja quer gozar dos privilégios de não ter que falar e, ao mesmo tempo, aproveitar-se dos OCS para fazer lobby, pressão sobre a arbitragem e propaganda politico-desportiva; e por outro lado, porque fala de benefícios quando se centra num lance omitindo um maior número de lances onde se pode ver exactamente o contrário.
Ninguém o confronta com estas contradições. Faz o que quer. Tem total submissão dos jornalistas cordeirinhos. O chamado “jornalismo de declaração” que não questiona, não tem honra e não honra a verdade embarca nesta triste palhaçada.
Para tentarem afastar a evidente incongruência da situação refugiam-se no elogio babado e parolo da “fina ironia” do personagem. Como que dizendo que as afirmações que reproduzem são inconsistentes, mas não faz mal, é por causa da fina ironia.
Ainda ontem em Setúbal o assistente Lacroix consegue em 45 minutos arrancar 5 foras de jogo mal assinalados ao ataque benfiquista. Já na primeira parte o outro fiscal de linha tinha assinalado pelo menos 3 foras de jogo mal tirados ao ataque encarnado. São 8 jogadas de ataque paradas erradamente. 8 vezes que se perde a posse de bola. 8 vezes que a defesa contrária ganha confiança e motivação adicional. Mas nem era isso que queria aqui referir.
Do que eu me lembrei foi das declarações de Pinto da Costa sobre o alegado golo anulado ao João Tomás do Braga o ano passado na Luz. Pateticamente, todos os OCS alinharam na bizarra tese do golo mal anulado ao Braga, com a Pinto da Costa a comandar a charanga. Hoje, depois de Setúbal, nenhum desses opinadores, jornalistas ou analistas fala de um golo mal anulado ao Miccoli. Foi exactamente a mesma coisa, um fora de jogo mal tirado, o GR contrário pára e o avançado faz golo. Então como justificar a diferença de atitude? Ninguém quer confrontar Pinto da Costa com as declarações do mesmo sobre o golo do João Tomás com as imagens do “golo” do Micolli em Setúbal?
Não confrontam como não confrontaram o mesmo Pinto da Costa quando tecia loas e contratava José Mourinho. Meses antes, quando o Benfica de Vale e Azevedo apostou em José Mourinho, Pinto da Costa com a sua “fina ironia” vinha dizer que o Benfica tinha contratado um tradutor. Assim é fácil ser irónico…
Como é tão fácil fazer ironia quando podemos dizer o que queremos com a certeza de que ninguém nos vai confrontar com isso mais tarde.
Os OCS submissos, lambe botas, vitorserpeiros e oliveirescos não o fazem. Fecham os olhos, tal como fingem que o “Apito Dourado” não existe, remetendo-o para notas de rodapé ou mesmo, ignorando-o por completo.
5 Comments:
Só neste país é que esse pintinho não está já engaiolado,
quanto mais não fosse podiam-no prender por excesso de parolice.
Belo post, os jornalistas colaboram em tudo com pdc e nenhum director desses OCS mostra vontade de fazer perguntas incómodas ao arguido, porque será?
pois é Telmo, é uma vergonha a submissão dos OCS a esse proxeneta de 2ª categoria.
Só essa submissão é que permite que o tipo mantenha o status
Qd se chega ao ponto de se despedir jornalistas pq eles simplesmente são isentos e verdadeiros....está tudo dito!!
Quando este porco abre a boca eu normalmente simplesmente mudo de canal!
Faço só uma pergunta: Já algum jornaleiro teve a coragem de perguntar ao porco sobre o processo apito dourado?
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