quinta-feira, dezembro 13, 2007

Os jagunços e os juízes


"Nunca vi um indivíduo ser detido num tribunal”, disse a certa altura o juiz Carneiro da Silva, para desbloquear a dificuldade de um inspector da PJ em admitir que a detenção de Jorge Nuno Pinto da Costa, em 3 de Dezembro de 2004, no interior do Tribunal de Gondomar, era uma situação “não comum”.
In Correio da Manhã 12/12/2007


Foi notícia a ligação de um dos presumíveis homicidas nos crimes relacionados com a "Noite" no Porto à claque dos superdragões.

Em particular, quando pinto da costa foi levado ao tribunal de Gondomar para ser detido, por 1 dia (!), na sequência do processo apito dourado, levou uma escolta de arruaceiros a brutamontes, muitos ligados aos superdragões. Um destes era o tal Bruno Pidá suspeito de pertencer ao gang que pratica a violência e a extorsão na cidade do Porto e principal suspeito de alguns assassinatos. É bem informativa a, já clássica foto (e vídeo) de pinto da costa a entrar no tribunal de Gondomar. Pois bem, nessa foto é possível ver Bruno Pidá na primeira linha, bem ao lado de pinto da costa.


Pacheco Pereira chamou a atenção para o que todos sabem: parte destes gangs que espalham a violência e sangue na noite do Porto são alimentados e alimentam a clique dos superdragões.


Aquilo que se passou com ricardo bexiga, com alguns jornalistas agredidos como Marinho Neves, teve sempre origem num "braço armado" constituido por estes energúmenos. É bem patente que o processo parece estar fora de algum controlo pelo seu criador.

No episódio da agressão a Co Adrianse, perto do centro de estágio, isso ficou visivel. Mas foi também patente que a cumplicidade entre pinto da costa e o seu braço armado de lacaios e agressores. A condenação da agressão ao treinador principal da equipe de futebol foi, meiga, surda, tão soft que foi quase um assentimento.


A máfia que rodeia o futebol, o chamado sistema, cujo o epicentro é o "clube da fruta" é também constituída por personagens destes.


Ao mesmo nível estão os juízes que empatam e que julgam processos e que ao mesmo tempo tem ligações promiscuas com o mundo da bola. São inúmeros os casos de juízes envolvidos nos casos onde estão pinto da costa e Valentim loureiro que pertencem, ou já pertenceram ou ambicionam pertencer a cargos nas estruturas dirigentes da FPF, LPF ou de clubes e associações distritais de futebol.


Recentemente a intervenção de um juiz no processo que o pinto da costa interpôs ao estado por alegada "prisão desprestigiante" é disso exemplo e mostra uma cumplicidade que o põe como uma das personagens do sistema. Parece, segundo o Jornal Correio da Manhã que o tal juiz perante a incapacidade do advogado de pinto da costa em fazer uma testemunha desembuchar uma tese, avançou ele próprio (o Juiz!!!!!!) em pleno julgamento com explicações de sobre o facto de aquela prisão ter sido irregular. No mínimo surreal.


A mim não me espantou, tal como não me espantou ver o tal alegado homicida a servir de guarda pretoriano de pinto da costa.

A lógica é a mesma, intimidades e subserviências inconfessáveis. São o fio que tece a teia daquilo que se convencionou chamar o sistema. Que não inclui só árbitros, jogadores e jornalistas, ao contrário do que muita gente pensa.




Pidá’ (de gorro preto) ao lado de Pinto da Costa, à entrada no Tribunal de Gondomar, em Abril de 2004. Liderava uma escolta feita pelos Super Dragões.

Fonte: jornal Correio da Manhã